Módulo 7 - Desenvolvimento da resiliência dos profissionais do EFP

O objetivo deste módulo é desenvolver as competências de resiliência dos profissionais do Ensino e Formação Profissional (EFP) como forma de preparação para o EFP 4.0.

Além disso, promove a compreensão da importância da seleção e avaliação dos recursos digitais para satisfazer as diversas necessidades dos formandos.

Resultados de aprendizagem

Depois concluir este módulo de formação autónoma, será capaz de: 

  • definir resiliência e explicar a sua importância no desenvolvimento pessoal e profissional;
  • identificar e aplicar técnicas para desenvolver a resiliência de forma eficaz;
  • praticar o mindfulness para melhorar a regulação emocional e a concentração.

Introdução

Tanto a resiliência como a adaptabilidade são competências essenciais que todas as pessoas devem possuir para se adaptarem à mudança. As pessoas com essas características aceitam a mudança de forma positiva e lidam com situações difíceis, o que as torna ativos valiosos no local de trabalho.

A resiliência é a capacidade de recuperar rapidamente de contratempos, adversidades ou desafios. É a capacidade de enfrentar e manter uma atitude positiva face a situações difíceis ou stressantes.

Adaptabilidade é a capacidade de se ajustar ou mudar em resposta a circunstâncias novas ou variáveis. Implica ser flexível e estar aberto à aprendizagem, permitindo que os indivíduos respondam efetivamente a diferentes situações, desafios e ambientes.

São ambas caraterísticas importantes, tanto ao nível pessoal como profissional.

Critérios-chave de avaliação

A resiliência é mais do que apenas recuperar da adversidade; trata-se de se adaptar, crescer, e prosperar face aos desafios. Para os profissionais do EFP, a resiliência implica manter um sentido de objetivo, permanecer flexível ace à mudança e construir uma rede de apoio de colegas e recursos. Ao desenvolver a resiliência, pode lidar melhor com o stress, integrar a inovação e manter a sua paixão pelo ensino.

Existem cinco competências associadas à resiliência:

Tempo de perguntas!

Reserve algum tempo para refletir, a partir das seguintes perguntas:

Consegue lembrar-se de uma situação difícil específica que tenha enfrentado ao nível pessoal ou profissional e como lidou com ela?

Que emoções sentiu durante essa situação e como as geriu?

Como é que essa experiência o afetou e como afetou a sua abordagem aos desafios futuros?

Como pode aumentar a sua resiliência no futuro?

Atividade 1: desenvolver uma mentalidade de crescimento

O objetivo desta atividade é desenvolver uma mentalidade de crescimento, reconhecendo as lacunas nas competências existentes e tomando medidas ativas para as melhorar. Tal ajuda a desenvolver a resiliência, melhorando a sua capacidade de adaptação e flexibilidade!

Passo 1 - identifique uma área de interesse ou competência que gostaria de desenvolver mais na sua prática letiva (por exemplo, incorporar tecnologia na sala de aula, implementar métodos de ensino inovadores);

Passo 2 - defina um objetivo de aprendizagem específico relacionado com esse tópico, certificando-se de que, apesar de ser um desafio, pode ser alcançado dentro de um prazo razoável;

Passo 3 - pesquise recursos e oportunidades de aprendizagem que o/a ajudem a atingir o seu objetivo, como cursos online, workshops, artigos ou livros;

Passo 4 - crie um plano de aprendizagem que descreva os passos a dar para atingir o seu objetivo, incluindo prazos e metas;

Passo 5 - tome medidas, participando ativamente em atividades de formação autónoma, como:

  • fazer cursos ou tutoriais na internet;
  • assistir a webinars ou workshops;
  • ler artigos de investigação relevantes;
  • experimentar novos métodos de ensino ou tecnologias na sua sala de aula.

 

Passo 6 - reflita regularmente sobre o seu percurso de aprendizagem, considerando as seguintes questões:

  • que progressos fez em relação ao seu objetivo de aprendizagem?
  • que desafios encontrou e como os ultrapassou?
  • que novas perceções ou competências adquiriu com esta experiência?

 

Passo 7 - ajuste o seu plano de aprendizagem conforme necessário, com base nas suas reflexões e experiências e continue a procurar oportunidades de crescimento com uma mentalidade positiva e aberta.

Atividade 2: reflexão sobre a resiliência

Objetivo:Aplicar os conceitos de relevância, exatidão, credibilidade, acessibilidade e usabilidade aprendidos na apresentação para avaliar um recurso ou ferramenta digital à sua escolha.

Siga os passos descritos nos próximos diapositivos!

Atividade 2: Passos a seguir

Passo 1 - escolha um caderno para utilizar nesta atividade;

Passo 2 - reserve um tempo para refletir todos os dias/semanas;

Passo 3 - no início dos seus momentos de autorreflexão, faça a si próprio/a as seguintes perguntas:

  • que desafios ou contratempos enfrentei hoje ou esta semana?
  • como respondi a estes desafios? Demonstrei resiliência?
  • que estratégias ou mecanismos de sobrevivência utilizei para ultrapassar os obstáculos?
  • houve momentos em que me senti sobrecarregado ou com falta de capacidade de resistência? Se sim, porquê?

Passo 4 - reflita sobre as suas respostas e considere o seguinte:

  • que padrões ou temas observa nas suas reações à adversidade?
  • existem áreas específicas em que se destaca em termos de resiliência? Como pode tirar partido desses pontos fortes?
  • existem áreas em que tem dificuldade em manter a resiliência? Que medidas pode tomar para melhorar essas áreas?

Passo 5 - defina objetivos concretos com base nas suas reflexões utilizando objetivos SMART (específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporizáveis);

Passo 6 - reveja e atualize regularmente o seu caderno de reflexão sobre a resiliência para seguir os seus progressos ao longo do tempo.

Resiliência no EFP

Num centro de EFP, uma equipa de formadores enfrentou um desafio inesperado. Devido a cortes orçamentais, o centro teve de reduzir o número de trabalhadores, aumentar o volume de trabalho e implementar novas metodologias de ensino – tudo isto mantendo uma formação de alta qualidade. Entre os formadores afetados estavam a Maria, uma formadora experiente, com mais de uma década de experiência, e David, um professor relativamente novo, ansioso por causar um impacte positivo.

Maria viu-se numa situação difícil quando soube que o seu volume de trabalho iria aumentar significativamente devido aos cortes no pessoal. Apesar de se sentir sobrecarregada, reconheceu a importância de manter a sua resiliência, para o bem dos seus formandos e colegas. Tomou medidas proativas para gerir o seu stress e se adaptar às mudanças:

  • frequentou workshops sobre gestão do tempo e técnicas de redução do stress para melhorar a sua capacidade de lidar com a situação;
  • procurou apoio nos seus colegas, formando um grupo de apoio interpares onde puderam partilhar experiências e estratégias para gerir o volume de trabalho;
  • reconhecendo a necessidade de cuidar de si própria, priorizou o exercício regular, as práticas de mindfulness e passar tempo de qualidade com a família para recarregar as baterias e manter-se resiliente;
  • aproveitou a oportunidade para aprender novas metodologias de ensino, participando em sessões de formação e colaborando com colegas para desenvolver planos de aula inovadores, que se enquadrassem nos objetivos do centro;
  • apesar dos desafios, manteve-se dedicada aos seus formandos, dando-lhes o apoio e a orientação de que necessitavam para serem bem-sucedidos.

Estudo de caso

David, recém-chegado ao corpo docente, enfrentou o seu próprio conjunto de desafios à medida que se adaptava às novas exigências. Apesar de ser relativamente inexperiente, demonstrou uma resiliência e determinação notáveis para ultrapassar os obstáculos:

  • procurou a orientação de formadores seniores, como a Sara, que lhe deu orientação e apoio à medida que ia enfrentando os desafios do trabalho;
  • adotou uma mentalidade de crescimento, encarando os contratempos como oportunidades de aprendizagem e melhoria e não como fracassos;
  • reconhecendo a importância da adaptabilidade, participou em workshops de desenvolvimento profissional para melhorar as suas competências letivas e se manter atualizado sobre as tendências do setor;
  • participou ativamente em projetos colaborativos com os seus colegas, contribuindo com novas ideias e perspetivas para a equipa;
  • apesar dos contratempos iniciais, manteve-se empenhado na sua paixão pelo ensino, encontrando satisfação no impacte que causava na vida dos seus formandos.

Apesar dos desafios e incertezas iniciais, a resiliência da Maria e do David conduziu a resultados positivos para eles próprios e para os seus formandos. Dando prioridade aos cuidados pessoais, procurando apoio e aceitando a mudança, não só se adaptaram às novas circunstâncias, como prosperaram nas suas funções de formadores. 

 

Com base neste caso de estudo, dedique algum tempo a refletir, considerando as seguintes perguntas:

  1. Como dou, atualmente, prioridade ao autocuidado e à gestão do stress no meu papel de formador do EFP e que ajustes posso fazer para aumentar a minha resiliência em situações difíceis?
  2. De que forma procuro apoio e colaboro com colegas para enfrentar os desafios profissionais e construir uma rede de apoio na minha comunidade educativa?
  3. Refletindo sobre a minha reação à mudança e à adversidade no passado, como posso cultivar uma mentalidade de crescimento e aproveitar as oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento no meu papel de formador do EFP?

Avaliação

Conclusão

  • A resiliência é uma competência que pode ser desenvolvida: a resiliência não é uma caraterística inata, mas sim um conjunto de competências e comportamentos que podem ser aprendidos e reforçados ao longo do tempo. Ao praticar estratégias como procurar apoio, manter uma mentalidade positiva e dar prioridade aos cuidados pessoais, podemos aumentar a nossa resiliência e enfrentar melhor os desafios e contratempos.
  • A resiliência implica adaptação e crescimento: pessoas resilientes podem adaptar-se a circunstâncias variáveis, aprender com os fracassos e fortalecer-se no processo. Em vez de encararem os contratempos como obstáculos intransponíveis, vêem-nos como oportunidades de aprendizagem, desenvolvimento e crescimento pessoal.
  • O desenvolvimento da resiliência requer autoconsciência e autocuidado: a autoconsciência é crucial para reconhecer os nossos pontos fortes e fracos e as nossas respostas emocionais aos fatores de stress. Ao praticar atividades de autocuidado, como o mindfulness, o exercício físico e a procura de apoio de outras pessoas, podemos reabastecer as nossas reservas de energia, gerir o stress de forma mais eficaz e manter a resiliência face à adversidade.

Referências

Recursos adicionais

Financiado pela União Europeia. Os pontos de vista e as opiniões expressas são as do(s) autor(es) e não refletem necessariamente a posição da União Europeia ou da Agência de Execução Europeia da Educação e da Cultura (EACEA). Nem a União Europeia nem a EACEA podem ser tidos como responsáveis por essas opiniões. Projeto número 2022-2-IE01-KA220-VET-000099488000099488

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