No final desta unidade, conseguirei:
A capacidade de ajustar a sua abordagem ou comportamento em resposta a novas condições, mudanças ou desafios inesperados.
Vontade de mudar ou de fazer cedências quando necessário, e capacidade de mudar de perspetiva para se adaptar a novas ideias ou processos.
Criar resiliência através da adaptabilidade
A adaptabilidade é uma componente essencial da resiliência, pois permite que os indivíduos se ajustem às mudanças, desafios e contratempos sem ficarem sobrecarregados. As pessoas resilientes encaram a mudança como uma oportunidade para aprender e crescer e não como uma ameaça. A adaptabilidade ajuda as pessoas a manterem-se concentradas nos seus objetivos, mesmo quando as circunstâncias se alteram, permitindo-lhes recuperar das dificuldades com uma atitude positiva.
A flexibilidade como uma competência da resiliência
A flexibilidade ajuda à resiliência ao encorajar a abertura de espírito e a criatividade na resolução de problemas. Quando confrontada com obstáculos, uma mentalidade flexível permite que se considerem várias abordagens e soluções. A flexibilidade ajuda a gerir o stress de forma mais eficaz, uma vez que os indivíduos que estão abertos à mudança têm menos probabilidades de se sentirem derrotados por desafios inesperados.
A teoria da mentalidade de crescimento, desenvolvida pela psicóloga Carol Dweck, sugere que as pessoas com uma mentalidade de crescimento acreditam que as suas capacidades e inteligência podem ser desenvolvidas através do esforço, da aprendizagem e da perseverança.
As pessoas com uma mentalidade de crescimento são mais suscetíveis de aceitar desafios, encarar os fracassos como oportunidades de aprendizagem e adaptar-se a novas situações.
Esta mentalidade cria flexibilidade no pensamento, permitindo às pessoas abordar os problemas de diferentes ângulos e encontrar soluções criativas.
A teoria da resiliência centra-se na forma como os indivíduos recuperam da adversidade, do stress ou dos desafios. Dá ênfase ao desenvolvimento de competências e caraterísticas que permitem às pessoas recuperar de contratempos e continuar a avançar.
A adaptabilidade permite que os indivíduos modifiquem as suas respostas e comportamentos quando lidam com a adversidade, o que é um aspeto fundamental da resiliência.
A flexibilidade no pensamento e no comportamento aumenta a capacidade de uma pessoa para gerir o stress, manter-se concentrada nos objetivos e encontrar soluções, mesmo em circunstâncias difíceis.
A flexibilidade cognitiva refere-se à capacidade mental de alternar o pensamento entre dois conceitos diferentes ou de pensar sobre vários conceitos em simultâneo. Implica o ajustamento do pensamento em resposta à alteração de objetivos, regras ou fatores ambientais.
A flexibilidade cognitiva permite que os indivíduos ajustem rapidamente os seus pensamentos e ações quando confrontados com novas informações ou mudanças inesperadas.
Ajuda as pessoas a manterem a mente aberta e a capacidade de reação, facilitando a adaptação a novas funções, ambientes ou desafios.
Desenvolvida pelo psicólogo Lev Vygotsky, a ZDP é a diferença entre o que um indivíduo consegue fazer sem ajuda e o que consegue alcançar com orientação ou apoio. Representa o nível ótimo de desafio para o crescimento.
A adaptabilidade e a flexibilidade estão intimamente ligadas à saída da zona de conforto. Ao assumir tarefas que ultrapassam ligeiramente as suas capacidades atuais, os indivíduos expandem a sua ZDP e melhoram as suas competências.
Este processo incentiva a tomada de riscos, a resiliência e a vontade de aprender com os sucessos e os fracassos.
Esta teoria explica a forma como os indivíduos respondem ao stress com base na sua perceção da situação e nos seus mecanismos de lidar (coping) com ela. Destaca a importância da avaliação cognitiva (a forma como se avalia o fator de stress) e a utilização de estratégias centradas no problema ou nas emoções.
As pessoas adaptáveis são mais capazes de reavaliar as situações de stress, encarando-as como desafios e não como ameaças.
A flexibilidade nas estratégias de confronto permite aos indivíduos mudar de abordagem conforme necessário, facilitando a gestão do stress e a manutenção do bem-estar.
A neuroplasticidade refere-se à capacidade do cérebro de se reorganizar, formando novas ligações neurais ao longo da vida. Apoia a ideia de que a aprendizagem e as experiências podem alterar fisicamente o cérebro.
A adaptabilidade e a flexibilidade estão ligadas à neuroplasticidade porque implicam a aprendizagem e a reação a novas experiências, o que, por sua vez, reforça as vias neurais.
A prática de novos comportamentos e pensamentos pode facilitar a adaptação à mudança ao longo do tempo, reforçando a resiliência de uma pessoa.
Benefícios
liberta endorfinas que melhoram o humor e reduzem o stress. Aumenta a resiliência física e mental, promovendo melhores níveis de saúde e energia.
Benefícios
melhora a saúde física, conduzindo a uma melhor regulação do humor e à gestão do stress. Reforça a função cognitiva, permitindo uma melhor tomada de decisões e adaptabilidade em situações difíceis.
Benefícios: reduz a sensação de sobrecarga e aumenta a produtividade. Melhora a capacidade de adaptação às prioridades em mudança, mantendo uma visão clara das tarefas.
oferece apoio emocional e reduz os sentimentos de isolamento. Incentiva a adaptabilidade através de perspetivas diversas e experiências partilhadas.
Pontos fortes: enumere os seus pontos fortes, tais como competências, conhecimentos e qualidades que o ajudam a adaptar-se à mudança.
Pontos fracos: identifique as áreas em que precisa de melhorar ou em que tende a ter dificuldades quando confrontado com novas situações.
Oportunidades: explore oportunidades de crescimento, como formação, orientação ou novas experiências que o possam ajudar a desenvolver a adaptabilidade.
Ameaças: reconheça os potenciais obstáculos que podem impedir a sua adaptabilidade, tais como recursos limitados ou resistência à mudança.
Exemplo:
Um formador pretende melhorar a sua capacidade de adaptação às novas ferramentas de ensino digital.
Um formador pretende melhorar a sua capacidade de adaptação às novas ferramentas de ensino digital. Efetua uma análise SWOT, identificando o seu ponto forte na utilização da tecnologia, mas assinalando uma fraqueza no acompanhamento das rápidas mudanças. Vê uma oportunidade na participação em workshops sobre ferramentas digitais e identifica uma ameaça sob a forma de tempo limitado para a aprendizagem.
Com esta análise, cria um plano para gerir melhor o seu tempo e procura ativamente oportunidades de formação.
(S) Específico: defina claramente o que pretende alcançar (por exemplo, "Aprender a utilizar uma nova ferramenta de software para o ensino online").
(M) Mensurável: determine como irá medir o seu progresso (por exemplo, "Concluir um curso online sobre o software e passar na avaliação").
(A) Realizável: defina expetativas realistas que estejam dentro das suas capacidades (por exemplo, "Dedicar uma hora por dia à aprendizagem").
(R) Relevante: Assegure que o objetivo está em consonância com o seu desenvolvimento geral (por exemplo, "Isto ajudar-me-á a adaptar-me aos métodos de ensino digitais").
(T) Com limite de tempo: Estabeleça um prazo para atingir o objetivo (por exemplo, "Concluir o curso no prazo de quatro semanas").
Exemplo:
Um formando tem dificuldade em gerir eficazmente o seu tempo enquanto estuda para os exames.
Estabeleceu um objetivo SMART para melhorar a gestão do tempo, criando um horário de estudo. O seu objetivo é estudar duas disciplinas por dia durante duas horas, rever o seu progresso semanalmente e concluir toda a preparação para o exame uma semana antes da data deste.
Esta abordagem estruturada ajuda-o a manter-se concentrado e a adaptar o seu plano de estudo conforme necessário.
Aprender uma nova habilidade ou passatempo que nunca tenha experimentado.
Alterar a sua rotina durante um dia (por exemplo, fazer um percurso diferente para o trabalho ou começar o dia com um novo exercício).
Iniciar uma conversa com alguém com quem não interage habitualmente.
Refletir: Dedique alguns minutos a anotar os seus pensamentos, sentimentos e quaisquer ideias obtidas ao sair da sua zona de conforto.
Julia, uma formadora com 10 anos de experiência no ensino tradicional presencial, aderiu recentemente a uma plataforma de aprendizagem online no âmbito de uma iniciativa de transição digital. Inicialmente, teve dificuldade em adaptar-se aos novos métodos e às novas tecnologias de ensino, sentindo-se sobrecarregada pelo ambiente desconhecido.
Desafio: o principal desafio de Julia foi fazer a transição do seu estilo de ensino para se adaptar ao ambiente online, mantendo os seus formandos envolvidos e motivados. Precisava de aprender novas ferramentas digitais, modificar os seus planos de aula e gerir o seu tempo de forma diferente para se adaptar a esta nova configuração
A Julia definiu objetivos SMART para orientar o seu progresso no domínio das novas ferramentas digitais. O seu objetivo específico era tornar-se proficiente no sistema de gestão de aprendizagem utilizado pela plataforma no prazo de seis semanas, dedicando uma hora por dia à formação e à prática.
Reference: Doran, G. T. (1981). “There’s a S.M.A.R.T. way to write management’s goals and objectives.” Management Review, 70(11), 35-36.
Reconhecendo o valor das ligações sociais, aderiu a uma comunidade de formadores online onde podia partilhar as suas experiências, fazer perguntas e aprender com outras pessoas que enfrentavam desafios semelhantes. Esta rede de apoio desempenhou um papel crucial no aumento da sua confiança e adaptabilidade.
A adaptabilidade e a flexibilidade são competências-chave que ajudam os indivíduos a prosperar em ambientes em mudança.
Sair regularmente da sua zona de conforto reforça a sua capacidade de lidar com novas situações.
Aceitar os erros como oportunidades de aprendizagem cria uma mentalidade de crescimento e resiliência.
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